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DF amplia coleta seletiva em 222% e recicla 58 mil toneladas em 2024

Destaques Distrito Federal

A coleta seletiva no Distrito Federal registrou um crescimento de 222% entre 2020 e 2024, atingindo a marca de 58 mil toneladas de resíduos recicláveis processados no último ano. Os dados são do Relatório Anual de Atividades do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e apontam avanços significativos na sustentabilidade urbana da capital.

A política de valorização dos recicláveis tem gerado impacto direto na renda de mais de 1.300 catadores, organizados em 31 cooperativas. Os materiais separados nos lares e comércios do DF são triados em 15 galpões do SLU e contribuem para a redução da retirada de matéria-prima da natureza.

Reciclagem mais eficiente e geração de renda

O índice de aproveitamento dos resíduos recicláveis também subiu, passando de 37% em 2020 para 55% em 2024. Para alcançar esse desempenho, o SLU remodelou os contratos com as cooperativas, que agora são remuneradas por produtividade. Isso incentiva a reciclagem mesmo de materiais com baixo valor de mercado, como sacolas plásticas e sacos de lixo.

De acordo com Francisco Mendes, chefe da Unidade de Sustentabilidade e Mobilização Social do SLU, a lógica atual estimula que “os catadores reciclem o máximo possível”. No entanto, ele reforça que o engajamento da população é fundamental: “Quando os resíduos recicláveis estão misturados ao lixo convencional, perdem valor e prejudicam os trabalhadores”.

Nova tecnologia e alternativas sustentáveis

Entre os avanços está o uso de resíduos secos para produzir combustível derivado de resíduos urbanos (CDRU), alternativa energética que abastece cimenteiras na Fercal. A medida evita o envio desses materiais ao aterro sanitário de Samambaia, aumentando sua vida útil e gerando economia ao Estado.

Os materiais que não são corretamente separados ainda passam por triagem nas Usinas de Tratamento Mecânico Biológico (UTMB). Nessas unidades, foram recuperadas 14,6 mil toneladas de recicláveis em 2024, mais que o dobro das 6 mil toneladas de 2020.

Reciclagem de resíduos orgânicos também cresce

O DF também se destaca na reciclagem de resíduos orgânicos. As UTMBs do P Sul e da Asa Sul transformaram 85 mil toneladas de rejeitos orgânicos em composto agrícola, doado a produtores rurais do Distrito Federal. Em 2020, essa produção era de 62 mil toneladas.

Separar o lixo é um ato de cidadania

A presidente da cooperativa Plasferro, Mara Maria de Jesus, destaca que a separação correta do lixo nas casas é essencial: “Sem essa colaboração, o material chega misturado, perde qualidade e valor, prejudicando diretamente a nossa renda”.

A tesoureira Leiliane Cardoso acrescenta que separar os resíduos entre secos e orgânicos é o mínimo necessário: “Papel sujo perde valor. Quando tudo vem junto, o trabalho aumenta, e o ganho cai. A catação é a única fonte de renda para muitos aqui”.

Como participar e colaborar com a coleta seletiva

O SLU recomenda que a população:

  • Separe materiais secos (papel, plástico, vidro e metal) dos resíduos orgânicos.
  • Limpe restos de comida e líquidos dos recicláveis antes de descartá-los.
  • Verifique os dias e horários da coleta seletiva e da coleta convencional.
  • Utilize o aplicativo SLU Coleta DF para consultar rotas, horários e localizar os ecopontos mais próximos.

Separar o lixo corretamente é uma tarefa simples que beneficia o meio ambiente e milhares de famílias que vivem da reciclagem no Distrito Federal.

*Com informações da Agência Brasília.

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