Escalada de violência na Síria: “Estão jogando os corpos no mar”

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O porta-voz da Associação de Alauítas da Europa denunciou, neste domingo (9), que o novo governo da Síria está realizando um massacre contra a população alauíta, descartando corpos para ocultar evidências dos crimes. A minoria alauíta, à qual pertence o ex-ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro do ano passado, tem sido alvo de violência nas províncias de Latakia e Tartous, áreas de forte presença da comunidade.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização sediada no Reino Unido que monitora o conflito sírio, 745 civis, 125 membros das forças de segurança sírias e 148 combatentes leais a al-Assad foram mortos entre sábado e domingo. As autoridades sírias ainda não divulgaram números oficiais sobre as vítimas.

Líder sírio promete punição para envolvidos em massacres

Em resposta às acusações, o líder sírio Ahmad al Sharaa anunciou, neste domingo (9), a criação de uma comissão independente para investigar os massacres de civis. Em discurso transmitido em rede nacional, Sharaa afirmou que os responsáveis pelo “derramamento de sangue” serão responsabilizados e punidos.

“Nós responsabilizaremos, com total determinação, qualquer um que esteja envolvido no derramamento de sangue de civis, que maltrate civis, que exceda a autoridade do estado ou explore o poder para ganho pessoal. Ninguém estará acima da lei”, declarou.

Repercussão internacional e pedidos de ação

Os relatos de assassinatos em massa repercutiram globalmente, levando Estados Unidos e Rússia a solicitarem uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para esta segunda-feira (10). O encontro, a portas fechadas, visa discutir a escalada da violência na Síria.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pediu que as autoridades sírias responsabilizem os “terroristas islâmicos radicais” pelos crimes. Já o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, classificou os relatos de mortes generalizadas como “horríveis” e exigiu que o governo de Damasco proteja todos os sírios da violência.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu que as mortes de civis “cessem imediatamente”, enquanto a Alemanha pediu “veementemente a todas as partes que ponham fim à violência”.

A situação na Síria continua crítica, com denúncias de violações graves dos direitos humanos e pressão internacional por justiça. A formação de uma comissão independente pode ser um passo importante para investigar os crimes, mas a comunidade global aguarda ações concretas para garantir a segurança dos civis e a responsabilização dos culpados.

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